Orkut: um site de relacionamento que pode terminar um relacionamento.

Essa semana, presenciei um acontecimento que me despertou sobre o site de relacionamentos conhecido como Orkut. Desde que foi criado, virou uma “febre” mundial ter um perfil cadastrado no Orkut e possuir o maior número de “amigos” vinculados ao seu perfil. Claro que muita gente, só para ter o fato de conseguir agariar mais contatos possíveis, acabam criando perfis em nome de atores, celebridades e com isso, se passam por eles para ter a “honra” de adicionar centenas de pessoas no perfil, que na maioria, o sujeito nunva viu e nunca conhecerá pessoalmente.

Bem, mas não é por esse ponto de vista que quero comentar. Tenho um amigo que casou há muitos anos e de repente, sua esposa o anuncia que acabara de criar um perfil para ela no Orkut. Ela toda empolgada, começou a adicionar velhos amigos, pessoas do trabalho, faculdade, colegas de infância que nunca mais tinham reencontrado e outras pessoas que conviveram com ela. Seu esposo, todo curioso, também criou seu perfil no site de relacionamento e também adicionou os amigos na mesma medida que sua esposa.

Até aí, realmente o site fez o seu papel que é de aproximar aqueles velhos amigos que a gente nunca mais encontrou e proporcionar esse víncullo de amizade que o Orkut, no seu objetivo, atingiu ambos. Porém, um belo dia, um ex-namorado da esposa, começou a mandar mensagens no scrap (mensagens de texto que ficam gravadas no perfil como se fosse um mural de recado) dela e isso acabou sendo repetido diariamente, ao ponto do marido ficar com ciúme e começar a escrever no perfil da própria esposa, mensagens contra o respectivo “amigo” (na verdade o ex dela) que era para ele não escrever mais no perfil dela pois ela era casada e não queria mais que suas mensagens fossem deixadas no perfil dela.

Com isso, a esposa começou a se desentender com o marido pois ela passou então a “bisbilhotar’ quem eram as “amigas” do seu esposo que estavam adicionadas no perfil dele. Assim, começou então, uma série de investigação de ambos os lados diarimanete para controlar as pessoas que deixam mensagens no perfil do parceiro, quem ele ou ela adicionava como amigo(a) e então, vieram as crises no relacionamento onde ela não aceitava uma determinada amiga adicionada no perfil dele, ele reclamava de um amigo dela também, até que um determinado dia, os insultos entres ambos (os casados) partiram para o scrap de cada um, ela deixava mensagens no perfil dele que a noite ele dormiria no sofá, ele deixava mensagem que não iria dormir em casa, e foi piorando, as mensagens passaram para o nível dos xingamentos, insultos, difamações, e…

Acredita que isso não ocorre no Orkut? Pois é, essa história ainda é pequena perto de casos que estamos vendo na mídia, como pedofilia, crimes agendados pelas comunidades do orkut, brigas entre rivais sendo marcados pelo Orkut, que ao meu ver, deveria ser um site de relacionamento, que infelizmente, virou um site de “Tudo Pode”.

Roney Médice

Analista de Sistema e Bacharel em Direito

Mania do Giga-Espaço

Quanto vale o meu e-mail de 1mb de capacidade? Não informo esse e-mail pra ninguém e nem aviso que ele existe, pois não quero ser humilhado por aqueles que já possuem um e-mail de 1GB de capacidade de armazenamento.

Me lembro da época da BBS, que nem e-mail você tinha, era um fuleiro mural de mensagens que se gastava horas tentando acessar a BBS para no final da conexão receber a notícia que não tinha nenhuma mensagem para ler. Eu adorava era mesmo ficar conversando em chat com os lendários SYSOP´s das bbs… mas tinha um problema, eu só tinha 1 hora por dia para conversar…

Chegou uma época que eu ficava duas horas direto no chat. Seria artimanha, macete ou entrava no sistema da BBS por meio fraudulento para conseguir ficar 2 horas direto na BBS no chat??? Não, não, muito simples, eu entrava as 23:00 na BBS e tinha direito de 1 hora daquele dia e quando passava da meia noite, BUM, eu tinha mais uma hora para acessar. Mas um pequeno detalhe, as 23:00 desse dia não podia mais acessar…. argh, era triste demais!!!

Hoje, recebo todos os dias convites para ter um e-mail de 1 Giga. Será que conseguirei armazenar isso tudo no meu e-mail? Eu teria negócios na internet para receber tanto e-mail assim? Nada… puro marketing da rede eletrônica. Mas uma coisa eu sei, acho que vou mandar para mim mesmo os 14 Gb de mp3 que tenho e esperar mais convites desses e-mails gigantescos para assim, dar utilidade para eles…. fazer o que né!

Roney Médice

Analista de Sistemas e Bacharel em Direito

Produtos Genéricos – Comprar ou não comprar?

Quantas vezes nos deparamos com um camelô vendendo produtos tecnológicos? Um dia, estava passeando pela rua e vi um camelô (alguns gostam de ser chamados de especialistas em produtos genéricos) negociando uma máquina digital. Seria roubada? Falsificada? Que nada, o produto era autêntico mas com uma diferença… made in Paraguai… ora, então é produto “cabrito”….

Nem sempre, o que não percebemos é que temos a nossa volta muita coisa “genérica”, que são produtos vendidos por sacoleiros, que revendem produtos sem nota fiscal…. e quem nunca comprou alguma coisa nesse sentido? Bem, temos um exemplo o mercado livre, negociação normal entre o vendedor e o comprador. Eles que se entendam!!! Mas temos algumas dicas, não compre de pessoas que nunca venderam, ou seja, aqueles que cuja a pontuação é menor que 5. Pode ser golpe.

Portanto, eu falo mesmo, compro sempre pela internet, e se possível, negociando pelo msn, mercado livre… etc. Mas tem que saber os “contatos” certos para evitar golpes de pessoas que se dizem espertas. Aliás, vai aí um DVD? ….

Roney Médice

Analista de Sistemas e Bacharel em Direito

A dependência da tecnologia

A cada dia que se passa, observo como as pessoas ficam cada vez mais dependentes da tecnologia, chegando ao ponto de se desesperarem quando algo deixa de funcionar. Recentemente, São Paulo passou por um momento difícil para todos os usuários de banda larga da Speedy, que durante 24 horas, ninguém tinha acesso a nada na internet e muito menos as conexões que os comerciantes possuem com as operadoras de crédito. Resultado, um grande prejuízo não só para a economia, mas para a própria speddy que deixou de arrecadar o valor referente ao tempo em que ficou parada (pois foi descontado dos usuários na fatura do mês) e fora os serviços públicos que utilizam o provedor para atender ao público de uma forma automatizada.

Agora, o sistema Gmail está apresentando falhas de login nos últimos dias, deixando várias pessoas em todo o mundo sem acesso a caixa postal. Prejuízo para aqueles que dependem do e-mail para receber pedidos, confirmar entregas, etc. Nesse caso, um simples e-mail prejudica toda uma nação, não somente um Estado.

Não é de hoje que estamos vulneráveis a essa dependência da tecnologia, a informática está em nosso dia e as vezes nem damos conta de sua importância. Mas devemos nos preocupar pois, com a moda do Iphone, tv digital, estaremos alavancando cada vez mais o consumo capitalista da moda tecnológia, que aumentamos ainda mais o vínculo com os equipamentos de informática e assim, os fabricantes e prestadores de serviços agradecem.

Roney Médice

Analista de Sistema e Bacharel em Direito

Compilando o Kernel 2.6.x

este artigo vou ensinar a compilar o kernel do linux da versão 2.6.x e mostrar as diferenças desta versão para a anterior, 2.4.x.

Compilar o kernel do linux é uma tarefa que se aprende com o tempo, depois de várias tentativas. Mas os problemas geralmente se resumem à configuração e nao à compilação. Vou tentar dar umas dicas referentes ? configuração, mas lembre-se que cada maquina usa uma configuração diferente por isso tenha em mãos toda a configuração do seu computador e não desista na primeira tentativa.

Para compilar você vai precisar do gcc (A documentação do kernel recomenda a versão 2.95 do gcc, mas eu tenho compilado com sucesso o kernel com as versões 3.2 e 3.3 e muitas distros fazem isso também, a dica é tentar compilar com a versão mais atual do gcc, se der algum problema compile com a 2.95), do Ncurses (geralmente um pacote chamado libncurses-dev ou Ncurses-devel), do make e do module-init-tools.

Qualquer dúvida sobre os pacotes necessários para compilar o kernel, leia o arquivo /usr/src/linux/Documentation/Changes.

Vou usar como referência o kernel da versão 2.6.4 baixado do kernel.org.

Baixe o source do kernel (clique no ‘F’ ao lado da versão do kernel que você deseja baixar. O ‘F’ significa ‘Full source’). Copie o arquivo baixado para /usr/src:

[root@host] # cp linux-2.6.4.tar.bz2 /usr/src

e decompacte-o:

[root@host] # cd /usr/src

[root@host] # tar jxvf linux-2.6.4.tar.bz2

Para facilitar, crie um link simbólico para o diretório que foi criado chamado ‘linux’. Se já existir, remova e crie novamente:

[root@host] # rm /usr/src/linux

[root@host] # ln -s /usr/src/linux-2.6.4 /usr/src/linux

Agora vamos ? configuração. Estando em /usr/src/linux, digite

[root@host] # make mrproper

para limpar as configurações e depois

[root@host] # make menuconfig

Existem outras maneiras de configurar o kernel, inclusive em modo gráfico, mas aqui vou me referir apenas ao menuconfig.

Como disse anteriormente, esta parte depende muito da máquina em questão. É necessário que você selecione todas as opções referentes ao seu hardware e os sistemas de arquivo que você usa. No menuconfig um ‘*’ significa que a opção será compilada dentro da imagem do kernel, um ‘M’ significa que será compilado como um módulo externo.

O sistema de arquivos que a sua partição linux usa deve ser marcado como ‘*’, bem como suporte a IDE (ou SCSI se for o caso). O restante das opções podem ser escolhidas como módulo, você escolhe.

Lembre-se que se você selecionar alguma opção como módulo, deve marcar a opção

Loadable Module Support -> Enable loadable module support,

Loadable Module Support -> Module unloading

e

Loadable Module Support -> Automatic kernel module unloading.

Depois publicarei um artigo mostrando com mais detalhes a configuração.

Salve a configuração. Agora vamos compilar.

A compilação dos kernels da versão 2.6 é um pouco diferente da 2.4. Não existe mais o comando make dep e tem alguns outros alvos (make help exibe as opções disponíveis).

Vamos por partes:

A primeira coisa a fazer é criar a imagem ‘bootável’ do kernel:

[root@host] # make bzImage

Este comando pode demorar bastante tempo dependendo da máquina usada. Se a sua máquina for antiga arrume algo pra fazer pois é tedioso ficar assistindo ? compilação.

Após terminado esse comando a imagem do kernel gerada é gravada em /usr/src/linux/arch/i386/boot/bzImage

O próximo passo é compilar os módulos (aquelas opções selecionadas como ‘M’ na configuração). Se você nao selecionou nada como ‘M’ (o que não é comum), pode pular essa parte.

[root@host] # make modules

E agora instale os módulos criados:

[root@host] # make modules_install

Se você não tiver instalado o pacote module-init-tools, vai receber uma mensagem de erro ao final do make modules_install. Se isso acontecer, instale o module-init-tools pois sem ele o kernel 2.6 nao vai funcionar.

Tudo certo até aqui? Parabéns, o seu kernel está compilado. Vamos agora configurar o nosso sistema para poder ‘bootar’ este novo kernel.

Copie os arquivos de imagem, configuração e o System.map para /boot

[root@host] # cp /usr/src/linux/arch/i386/boot/bzImage
/boot/vmlinuz-2.6.4

[root@host] # cp /usr/src/linux/.config /boot/config-2.6.4

[root@host] # cp /usr/src/linux/System.map /boot/System.map-2.6.4

Vamos configurar agora o gerenciador de boot para usar esse novo kernel. É importante que você mantenha a versão antiga do kernel intocada para poder inicializar o linux em caso de erros no kernel novo.

Se você usa o LILO, edite o arquivo /etc/lilo.conf com o seu editor de textos preferido.

Saiba qual a partição onde seu linux está instalado. É algo como /dev/hdax, onde x é um número. Olhe no lilo.conf na parte referente ao outro kernel e use a mesma partição na nova configuração. Vou usar /dev/hda2 como referência:

A configuração ficará assim:

image /boot/vmlinuz-2.6.4
    root=/dev/hda2
    label=Linux-2.6.4
    read-only

Salve o arquivo e execute o comando /sbin/lilo para gravar a nova configuração

[root@host] # /sbin/lilo

Se o seu gerenciador de boot é o GRUB, edite o arquivo /boot/grub/grub.conf ou /boot/grub/menu.lst. Veja qual a partição onde seu linux está instalado. O GRUB usa uma configuração um pouco diferente, do tipo (hdx,y), onde x é a interface IDE e o y é o numero da partição. Neste caso /dev/hda2 = (hd0,1). Vou usar /dev/hda2 como exemplo mas lembre-se de trocar para a partição que você usa.

A entrada no arquivo ficará assim:

title Linux-2.6.4

root (hd0,1)

kernel /boot/vmlinuz-2.6.4 root=/dev/hda2 ro

Salve o arquivo e pronto. O GRUB nao necessita que seja rodado nenhum comando apos a alteração.

Roney Médice

Analista de Sistemas e Bacharel em Direito

OpenSuse 11: Instale os Drivers 3D da ATI e nVidia com um clique!

Com a chegada do OpenSuse 11 a instalação dos drivers proprietário da ATI e nVidia estão a apenas 1 clique de distância, nenhuma configuração manual do xorg.conf é necessária!

Vamos ao passo a passo:

1a. Clique no ícone que corresponde à sua placa de vídeo:

Driver ATI

Driver nVidia

1b. Ou você pode instalá-lo manualmente utilizando os seguintes comandos:

Para Placas ATI:

su -c “OCICLI http://opensuse-community.org/ati.ymp”

Para Placas nVidia:

su -c “OCICLI http://opensuse-community.org/nvidia.ymp”

1c. Ainda temos mais uma maneira, usando o novo comando Zypper:

Para Placas ATI:

zypper sa http://www2.ati.com/suse/11.0 ati

zypper in x11-video-fglrxG01

Para Placas nVidia:

zypper sa http://download.nvidia.com/opensuse/11.0 nvidia

zypper in x11-video-nvidiaG01

Se, por algum motivo o servidor X não detectar a presença dos novos drivers mesmo que você tenha reiniciado o seu ambiente desktop:

Placas ATI:
Abra um terminal e digite: sudo aticonfig –initial Isto irá configurar o X para usar o driver da ATI, em seguida reinicie o X pressionando CTRL + ALT + BACKSPACE.

Placas nVidia:

Como root, digite: sax2-r em uma janela do terminal, o sax irá detectar o chipset NVIDIA e permitir que você possa configurar sua resolução.

2. Compiz:

O openSUSE 11.0 já vem com Compiz e Compiz Fusion 0.7.4 pré-instalados. Para utilizar o Compiz basta inicia-lo com: simple-ccsm e ai ligar o Compiz, uma vez que o driver já estiver instalado.

Isso é ótimo, pois como instalar drivers de vídeo e configurar o Compiz tem sido uma área problemática, todos esperamos que estes novos recursos tornem muito mais agradável a utilização do OpenSuse. Devemos agradecre tambem a Jigish Gohil, por sempre disponibilizar a última versão do Compiz e Compiz Fusion no repositório X11: XGL ou em seu repositório pessoal onde você também pode ter acesso direto a uma infinidade de plugins extras desenvolvido pelos desenvolvedores da propria Compiz Fusion.

Para obter mais informações atualizadas, confira os links: ATI ou nVidia

Livremente adaptado de http://blog.linuxoss.com

Roney Médice

Analista de Sistema e Bacharel em Direito

Configurando o vídeo em /etc/X11/xorg.conf

O suporte a vídeo no Linux é provido pelo X, que já vem com drivers para as placas suportadas. Além dos drivers open-source incluídos no X você pode instalar os drivers binários distribuídos pela nVidia e ATI.

Existem duas versões do X em uso: o Xfree, o mais antigo e tradicional e o X.org, a versão mais usada atualmente.

Antigamente, até a versão 3.x, o Xfree possuía várias versões separadas, com drivers para diferentes chipsets de vídeo. Isso complicava a configuração e obrigava as distribuições a manterem instaladas todas as diferentes versões simultaneamente, o que também desperdiçava muito espaço em disco.

A partir do Xfree 4.0 e em todas as versões do X.org existe apenas uma única versão unificada, com drivers para todas as placas e recursos suportados. Melhor ainda, cada driver dá suporte a todas as placas de um determinado fabricante, o “sis” dá suporte a todas as placas da SiS, o “trident” dá suporte a todas as placas da Trident e assim por diante. Temos ainda dois drivers genéricos, o “vesa” e o “fbdev“, que servem como um mínimo múltiplo comum, uma opção para fazer funcionar placas novas (ou muito antigas), que não sejam suportadas pelos drivers titulares.

Outro detalhe interessante é que toda a configuração do vídeo, incluindo o mouse e o suporte a 3D, é feita através de um único arquivo de configuração, o “/etc/X11/XF86Config-4″ (nas distribuições que usam o Xfree) ou “/etc/X11/xorg.conf” (nas que usam o X.org), que é relativamente simples de editar e funciona em todas as distribuições que utilizam o Xfree 4.0 em diante ou X.org (ou seja, praticamente todas as usadas atualmente). Isto significa que você pode pegar o arquivo de configuração gerado pelo Kurumin e usar no Slackware, por exemplo.

Existem várias ferramentas de configuração que perguntam ou autodetectam a configuração e geram o arquivo, como o “mkxf86config” (do Knoppix) “kxconfig”, “xf86cfg” entre outros. Mas, neste tópico vamos ver como configurar manualmente o arquivo, adaptando ou corrigindo as configurações geradas pelos configuradores.

O arquivo é dividido em seções. Basicamente, temos (não necessariamente nesta ordem) uma seção “Server“, com parâmetros gerais, a seção “Files” com a localização das fontes de tela e bibliotecas, duas seções “InputDevice“, uma com a configuração do teclado e outra com a do mouse, uma seção “Monitor” e outra “Device“, com a configuração do monitor e placa de vídeo e por último a seção “Screen” onde é dito qual resolução e profundidade de cor usar.

A ordem com que estas configurações aparecem no arquivo pode mudar de distribuição para distribuição, mas a ordem não importa muito, desde que estejam todas lá.

Como em outros arquivos de configuração, você pode incluir comentários, usando um “#” no início das linhas. Linhas em branco, espaços e tabs também são ignorados e podem ser usadas para melhorar a formatação do arquivo e melhorar a organização das informações.

Vamos a uma descrição geral das opções disponíveis, usando como exemplo o modelo de configuração que uso no Kurumin. Abra o arquivo /etc/X11/xorg.conf ou /etc/X11/XF86config-4 da sua máquina e acompanhe o exemplo; prestando atenção nas diferenças entre o exemplo e o arquivo da sua máquina e tentando entender a função de cada seção:

    Section “ServerLayout”
    Identifier “X.Org do Kurumin”
    Screen 0 “Screen0” 0 0
    InputDevice “Keyboard0” “CoreKeyboard”
    InputDevice “USB Mouse” “CorePointer”
    EndSection

Nesta seção vai a configuração geral. Ela é uma espécie de “índice” das seções abaixo. O campo “Identifier” pode conter qualquer texto, é apenas uma descrição. O “USB Mouse” indica o nome da seção que será usada. Abaixo deve existir uma seção com este mesmo nome, contendo a configuração do mouse propriamente dita. Esta organização permite que você (ou o utilitário de configuração usado) adicione várias configurações diferentes, onde você pode trocar rapidamente entre elas modificando esta linha.

Nas distribuições que usam o Kernel 2.6, é possível usar a mesma configuração para mouses PS/2, mouses USB e também mouses touchpad (notebooks), pois todos utilizam um driver comum. É possível até mesmo usar dois mouses simultaneamente (o touchpad do notebook e um mouse USB externo, por exemplo), sem precisar alterar a configuração. Apenas os antigos mouses seriais ainda precisam de uma configuração própria.

O Kurumin usa um arquivo de configuração que vem com várias configurações de mouse prontas (as opções disponíveis são: “USB Mouse”, “PS/2 Mouse” e “Serial Mouse”), mas apenas a informada nesta primeira seção é usada. Como disse, ao usar um mouse PS/2 ou USB, qualquer uma das duas entradas funcionará. Mas, caso você tenha ou pretenda usar um mouse serial, altere a configuração para:

InputDevice “Serial Mouse” “CorePointer”

Se seu micro tiver mais de um mouse conectado simultaneamente, você pode duplicar a configuração do mouse, como abaixo. Isso faz com que o X tente ativar ambos os mouses na inicialização, ativando apenas os que estiverem realmente presentes:

Section “ServerLayout”
Identifier “X.Org do Kurumin”
Screen 0 “Screen0” 0 0
InputDevice “Keyboard0” “CoreKeyboard”
InputDevice “USB Mouse” “CorePointer”
InputDevice “Serial Mouse” “CorePointer”
EndSection

Na seção “ServerFlags” vão opções gerais. É aqui que colocamos, por exemplo, a opção que inicializa o Xinerama, que dá suporte a uma segunda placa de vídeo e monitor. Neste exemplo, está sendo usada apenas a opção “AllowMouseOpenFail” “true” que permite que o modo gráfico abra mesmo que o mouse esteja desconectado.

Section “ServerFlags”
Option “AllowMouseOpenFail” “true”
EndSection

Seria estúpido parar toda a abertura do modo gráfico e voltar para o modo texto porque o mouse não foi detectado, pois você ainda pode usar o mouse virtual do KDE como uma solução temporária até que consiga solucionar o problema. Para ativar o mouse virtual, pressione a tecla Shift junto com a tecla NumLock do teclado numérico. A partir daí as teclas 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8 e 9 ficam responsáveis pela movimentação do mouse, enquanto a tecla 5 simula o clique do botão esquerdo (pressionando 5 duas vezes você simula um duplo clique). Para arrastar e soltar pressione a tecla 0 para prender e depois a tecla 5 para soltar.

Para simular os outros botões você usa as teclas “/” (botão direito), “*” (botão central) e “-” (para voltar ao botão esquerdo), que funcionam como teclas modificadoras. Para desativar o mouse virtual, pressione “Shift + NumLock” novamente.

Voltando ao arquivo de configuração, temos a seguir as seções “Files” e “Modules“, que indicam respectivamente as pastas com as fontes TrueType, Type 1 e outras que serão usadas pelo sistema e os módulos de extensões do Xfree que serão usados.

Section “Files”
RgbPath “/usr/X11R6/lib/X11/rgb”
ModulePath “/usr/X11R6/lib/modules”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/misc:unscaled”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/misc”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/75dpi:unscaled”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/75dpi”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/100dpi:unscaled”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/100dpi”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/PEX”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/cyrillic”
FontPath “/usr/share/fonts/truetype/openoffice”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/defoma/CID”
FontPath “/usr/X11R6/lib/X11/fonts/defoma/TrueType”
EndSection

Section “Module”
Load “ddc”
Load “GLcore”
Load “dbe”
Load “dri”
Load “extmod”
Load “glx”
Load “bitmap”
Load “speedo”
Load “type1”
Load “freetype”
Load “record”
EndSection

Estas duas seções geralmente não precisam ser alteradas, a menos que você instale algum novo conjunto de fontes TrueType e queira habilitá-lo manualmente ou caso instale um novo driver de vídeo (como o driver da nVidia) e o read-me diga para desativar algum dos módulos.

Outra possibilidade é que você queira intencionalmente desativar algum recurso, ou tentar solucionar problemas. O módulo “dri“, por exemplo, habilita o suporte a 3D para a placa de vídeo. As placas onboard com chipset Intel (i810, MGA 900, etc.), placas ATI Rage e ATI Radeon e as antigas Voodoo 2 e Voodoo 3 possuem suporte 3D nativo no X.org.

Mas, ao instalar o driver 3D da nVidia você precisa remover esta opção, pois o driver do Xfree conflita com o que é instalado junto com o driver. Pode ser também que por algum motivo você queira desabilitar o 3D da sua i810 onboard (para evitar que fiquem jogando TuxRacer durante o expediente, por exemplo ;). Em qualquer um dos casos, você poderia comentar a linha “Load “dri”.

Em seguida vem a configuração do teclado. O “abnt2” indica o layout de teclado que será usado por padrão. No KDE e Gnome, o layout indicado aqui perde o efeito, pois eles possuem ferramentas próprias para configurar o teclado. No caso do KDE é usado o kxkb, que você configura na seção Regional & Acessibilidade do Kcontrol. Mas, esta configuração de teclado do X é útil para quem usa outras interfaces.

Estes são dois exemplos de configuração para (respectivamente) um teclado ABNT2 e um teclado US Internacional. Você só pode incluir uma das duas no arquivo:

# Teclado ABNT2
Section “InputDevice”
Identifier “Keyboard0”
Driver “kbd”
Option “CoreKeyboard”
Option “XkbRules” “xorg”
Option “XkbModel” “abnt2
Option “XkbLayout” “br”
Option “XkbVariant” “abnt2”
EndSection

# Teclado US Internacional
Section “InputDevice”
Identifier “Keyboard0”
Driver “kbd”
Option “CoreKeyboard”
Option “XkbRules” “xorg”
Option “XkbModel” “pc105”
Option “XkbLayout” “abnt2”
EndSection

Você deve lembrar que acima, na seção “ServerLayout” informamos que o X iria usar o “USB Mouse”. Este é apenas um nome que indica a seção (com a configuração do mouse propriamente dita) que será usada. Isso permite que você tenha várias seções com configurações de mouses diferentes. Basta indicar a correta na seção de cima e as demais serão ignoradas.

Estas são as seções com as configurações usadas no Kurumin. Dentro de cada seção vai a porta e driver usados pelo mouse e outras opções necessárias em cada caso. Você pode usá-las como modelos para configurar o mouse em outras distribuições:

Section “InputDevice”
Identifier “USB Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “auto”
Option “Device” “/dev/input/mice”
Option “SendCoreEvents” “true”
Option “ZAxisMapping” “4 5”
Option “Buttons” “5”
EndSection

Section “InputDevice”
Identifier “Serial Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “Microsoft”
Option “Device” “/dev/ttyS0”
Option “Emulate3Buttons” “true”
Option “Emulate3Timeout” “70”
Option “SendCoreEvents” “true”
EndSection

A linha “Option “ZAxisMapping” “4 5” ativa a rodinha do mouse, quando disponível. Do ponto de vista do sistema operacional, a rodinha é um conjunto de dois botões extras (botões 4 e 5) e os giros da roda correspondem a cliques nos botões extra.

É seguro usar esta linha sempre, pois ela é ignorada ao usar um mouse sem a rodinha. O mais importante no caso é o protocolo usado. Com relação a mouses PS/2 e USB no Kernel 2.6, recomendo que use sempre a opção “Option “Protocol” “auto”, que detecta corretamente o protocolo do mouse na grande maioria dos casos.

Em casos específicos, onde o mouse não funcione corretamente, você pode substituir o “Option “Protocol” “auto” por “Option “Protocol” “IMPS/2”, que é o protocolo padrão para mouses de três botões, com roda, ou “Option “Protocol” “PS/2”, que é o protocolo para mouses PS/2 antigos, sem roda.

No caso de mouses com 5 botões, com uma ou duas rodas, o protocolo usado muda para “ExplorerPS/2 e você precisa especificar a configuração dos botões extras. Para um mouse com 5 botões e uma roda, a seção fica:

Section “InputDevice”
Identifier “Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “ExplorerPS/2”
Option “ZAxisMapping” “4 5”
Option “Buttons” “7”
Option “Device” “/dev/input/mice”
EndSection

Se a função dos dois botões extra e da roda ficarem trocadas, substitua a linha “Option “ZAxisMapping” “4 5” por “Option “ZAxisMapping” “6 7”.

No caso dos mouses com duas rodas, a configuração fica:

Section “InputDevice”
Identifier “Mouse”
Driver “mouse”
Option “Protocol” “ExplorerPS/2”
Option “ZAxisMapping” “6 7 8 9”
Option “Buttons” “9”
Option “Device” “/dev/input/mice”
EndSection

Note que, ao usar o Kernel 2.6, não existe necessidade de especificar se o mouse é PS/2 ou USB, pois a porta “/dev/input/mice” é compartilhada por ambos. As versões atuais do Firefox e outros aplicativos atribuem funções para os botões extras automaticamente. Os dois botões laterais assumem as funções dos botões para avançar e voltar no Firefox, por exemplo.

Continuando, temos a configuração do monitor e placa de vídeo, que afinal são os componentes mais importantes neste caso. Ela é dividida em três seções, com a configuração do monitor, da placa de vídeo e uma seção “screen” que, com base nas duas anteriores indica qual resolução e profundidade de cores será usada.

A configuração do monitor precisa incluir apenas as taxas de varredura horizontal e vertical usadas por ele. Você pode encontrar estes dados no manual do monitor ou no site do fabricante. As opções Identifier, VendorName e ModelName são apenas descritivas, podem conter qualquer texto:

Section “Monitor”
Identifier “Monitor0”
VendorName “GSM”
ModelName “GSM3b60”
HorizSync 30 – 63
VertRefresh 50 – 75
EndSection

Se você não souber as taxas de varredura usadas pelo seu monitor e quiser alguma configuração genérica que funcione em qualquer monitor contemporâneo, experimente usar esta, que permite trabalhar a até 1024×768 com 60 Hz de atualização:

Section “Monitor”
Identifier “Meu Monitor”
HorizSync 31.5 – 50.0
VertRefresh 40-90
EndSection

Em geral, os configuradores incluem várias seções “Modeline” dentro da seção “Monitor”, com as resoluções e taxas de atualização suportadas pelo monitor.

Estes dados são fornecidos pelo próprio monitor, via DDC (uma espécie de plug-and-play para monitores) e não é necessário alterá-los a menos que você esteja escrevendo o arquivo manualmente do zero, o que não é muito aconselhável já que é sempre muito mais fácil usar um arquivo copiado de outro micro como base. Esta configuração dos modelines não é obrigatória no XFree 4.x ou X.org, pois o X é capaz de deduzir a configuração a partir das taxas de varredura do monitor, informadas dentro da seção. Eles são usados atualmente mais como uma forma de corrigir problemas.

Este é um exemplo de configuração para um monitor de 17″, incluindo modelines para usar 1280×1024, 1024×768 e 800×600. Note que cada seção “Modeline” ocupa uma única linha:

Section “Monitor”
Identifier “Monitor0”
VendorNam “GSM”
ModelName “GSM3b60”
HorizSync 30 – 63
VertRefresh 50 – 75
ModeLine “1280×1024” 135.00 1280 1296 1440 1688 1024 1025 1028 1066 +hsync +vsync
ModeLine “1024×768” 78.75 1024 1040 1136 1312 768 769 772 800 +hsync +vsync
ModeLine “800×600” 49.50 800 816 896 1056 600 601 604 625 +hsync +vsync
EndSection

Em seguida vem a seção “Device” que indica a configuração da placa de vídeo. As opções Identifier, VendorName e BoardName são apenas descrições, o que interessa mesmo é o Driver usado:

Section “Device”
Option “sw_cursor”
Identifier “Card0”
Driver “nv
VendorName “nVidia”
BoardName “GeForce4 MX”
EndSection

Os drivers disponíveis são:

– fbdev: Este driver usa o recurso de framebuffer suportado pelo Kernel como driver de vídeo. Neste modo o Kernel manipula diretamente a memória da placa de vídeo, gravando as imagens que serão mostradas no monitor. O desempenho não é dos melhores e a utilização do processador é maior que nos outros drivers pois não existe aceleração de vídeo

Mas, por outro lado, este é um driver que funciona com a maioria das placas de vídeo e é o único onde você não precisa se preocupar com a configuração das taxas de atualização do monitor. As placas usam sempre uma taxa de atualização baixa, de 56 ou 60 Hz, que é fixa.

Ao usar o fbdev como driver de vídeo, a configuração da resolução não é feita no arquivo xorg.conf, mas no “/etc/lilo.conf” (pois o parâmetro é passado diretamente ao Kernel durante o boot), como vimos anteriormente.

– i740: Usado pelas placas de vídeo (offboard) com chipset Intel i740. Estas placas foram uma tentativa frustrada da Intel de entrar no ramo de placas 3D. O desempenho era fraco comparado com as placas da nVidia e ATI, mas o projeto acabou sendo usado como base para os chipsets de vídeo onboard que passaram a ser usados nos chipsets Intel.

– i810: Este é o driver usado por todas as placas de vídeo onboard com chipset Intel. A lista de compatibilidade inclui quase todos os chipsets para Pentium III, Pentium 4 e Pentium M, incluindo as placas com o chipset Intel 900 e Intel Extreme.

– nv: É o driver genérico para placas nVidia, que oferece apenas suporte 2D. Para ativar os recursos 3D você precisa instalar os drivers da nVidia (veja mais detalhes no capítulo 3).

– r128: Driver para as placas ATI Rage (a família anterior às ATI Radeon). Este driver oferece um bom suporte 3D, permitindo que estas placas funcionem usando quase todo seu potencial 3D (que não é grande coisa hoje em dia, mas ainda permite rodar vários jogos).

– radeon / ati: Este é o driver open-source para as placas ATI Radeon. Nas versões antigas do Xfree e do X.org, o driver se chamava “radeon”, mas ele passou a se chamar “ati” nas versões recentes do X.org (a partir do 6.8.2). Você pode verificar qual é a versão do X instalada, usando o comando “X -version”.

Para que a aceleração 3D funcione, é necessário que os módulos do Kernel que cuidam da comunicação de baixo nível com a placa de vídeo estejam carregados. Nem todas as distribuições carregam estes módulos automaticamente, mesmo ao detectar a placa corretamente. Se a aceleração 3D não estiver funcionando, apesar da configuração do X estar correta, adicione as linhas abaixo num dos arquivos de inicialização do sistema:

modprobe agpgart
modprobe ati-agp
modprobe drm
modprobe radeon

Existe uma certa polêmica sobre utilizar o driver do X, ou utilizar o driver proprietário fornecido pela ATI que, embora não trabalhe em conjunto com algumas placas, oferece um desempenho 3D superior quando funciona. Veja mais detalhes sobre como instalá-lo no capítulo 3.

– s3virge: Placas com chipset S3 Virge. Estas placas foram muito usadas por volta da época do lançamento do Pentium MMX.

– sis: Este é o driver que funciona em todas as placas da SiS suportadas. Caso você encontre algum chipset novo, que não funcione com ele, experimente usar o driver vesa ou fbdev.

Uma observação importante é que a SiS não desenvolve drivers 3D para o Linux e não divulga as especificações técnicas que permitiriam o desenvolvimento de drivers 3D por parte da comunidade. Atualmente as placas de vídeo e chipsets da SiS são os com pior suporte no Linux por causa da falta de cooperação do fabricante e devem ser evitadas na hora da compra.

O driver oferece apenas suporte 2D, as placas funcionam mas não servem para rodar jogos 3D ou trabalhar com aplicativos 3D profissionais, por exemplo. Até o Xfree 4.0 existia um esforço para desenvolver suporte 3D, mas o fabricante divulgava tão pouca informação e os chipsets possuíam tantos problemas (o que pode ser percebido pela relativa instabilidade dos próprios drivers for Windows) que o projeto acabou sendo levado adiante por um único desenvolvedor. Você pode obter mais informações sobre o status do driver (2D) no:
http://www.winischhofer.at/linuxsisvga.shtml

O X.org inclui um driver 3D precário, que oferece suporte limitado às placas com chipset SiS 300, 305, 630 e 730, porém não inclui suporte aos demais modelos. Entre as placas onboard, as com melhor suporte no Linux são as placas Intel, suportadas pelo driver i810.

– tdfx: Driver para as placas da 3Dfx, as famosas Voodoo, que fizeram muito sucesso a até meia década atrás. Este driver oferece suporte 3D para as placas Voodoo 2 e Voodoo 3.

– trident: Placas de vídeo da Trident. Ele funciona bem com placas Trident Blade e os novos chipsets usados em notebooks, mas o suporte às antigas 9440 e 9680 é ruim e em muitos casos elas funcionam a apenas 640×480. Pensando nestas placas, algumas distribuições, como o Mandriva oferecem a opção de usar o driver do antigo Xfree 3.3, que oferecia um suporte mais completo a elas.

Apesar de brutalmente ultrapassadas, as Trident 9440 e 9680 foram as mais vendidas durante a maior parte da década de 1990 e por isso ainda são usadas em muitos micros antigos.

– vesa: Este é o “curinga”, um driver genérico que utiliza apenas as extensões do padrão vesa que em teoria é suportado por todas as placas de vídeo PCI e também pelas antigas placas VLB. Algumas placas antigas, como as Trident 9680 não funcionam com ele, mas são exceções.

Como este driver não suporta aceleração, você notará que o desempenho em algumas tarefas ficará abaixo do normal. É normal também que os vídeos assistidos no Kaffeine ou Xine fiquem granulados ao serem exibidos em tela cheia. Outra limitação é que a resolução, na maioria das placas, fica limitada a 1024×768.

– via: Este é o driver que dá suporte ao chipset Via Unicrome, usado como vídeo onboard na maior parte das placas-mãe atuais com chipset Via. Originalmente, este driver era apenas 2D, como o nv e o sis, mas a partir de abril de 2005 a Via passou a publicar um driver 3D open-source, que pode ser encontrado nas versões recentes do X.org. Para que a aceleração 3D oferecida por ele funcione, é necessário que os módulos “via-agp” e “via” estejam carregados. Adicione as linhas abaixo num dos arquivos de inicialização do sistema:

modprobe via-agp
modprobe via

– savage: Este driver dá suporte às placas S3 Savage e Pro Savage, relativamente populares a alguns anos atrás. Ele inclui aceleração 3D caso você esteja utilizando uma versão recente do X.org (a partir do 6.8.2), em conjunto com o pacote “libgl1-mesa-dri” (que inclui os drivers 3D desenvolvidos pelo projeto Mesa GL).

Outros drivers, pouco usados são:

– cirrus: A Cirrus Logic fabricou alguns modelos de placas de vídeo PCI, concorrentes das Trident 9440 e 9680. Elas são encontradas apenas em micros antigos.

– cyrix: Placas com o chipset Cyrix MediaGX, também raros atualmente.

– chips: Placas da “Chips and Technologies”, um fabricante pouco conhecido.

glint: Esta é uma família de placas antigas lançada pela 3D Labs.

– neomagic: Placas com chipset Neomagic, usadas em alguns notebooks antigos.

– rendition: Placas Rendition Verite, da Micron.

– tseng: Placas da Tseng Labs, outro fabricante pouco conhecido.

– vga: Este é um driver VGA genérico que trabalha 640×480 com 16 cores. Serve como um “fail safe” que funciona em todas as placas.


Cada um destes drivers oferece algumas opções de configuração que podem ser usadas em casos de problemas ou por quem quiser fuçar na configuração. Você pode encontrar mais informações sobre cada um no:
http://www.xfree86.org/4.4.0/.

Finalmente, vai a configuração da seção “Screen“, que indica a resolução que será usada. As várias seções determinam as resoluções disponíveis para cada configuração de profundidade de cor, enquanto a opção “DefaultColorDepth” determina qual será usada:

Section “Screen”
Identifier “Screen0”
Device “Card0”
Monitor “Monitor0”
DefaultColorDepth 24

SubSection “Display”
Depth 8
Modes “1024×768” “800×600” “640×480”
EndSubSection

SubSection “Display”
Depth 16
Modes “1024×768” “800×600” “640×480”
EndSubSection

SubSection “Display”
Depth 24
Modes “1024×768” “800×600” “640×480”

EndSubSection
EndSection

Neste exemplo o vídeo está configurado para usar 24 bits de cor. Se você quisesse usar 16 bits, bastaria mudar o número na opção “DefaultColorDepth”. Dentro de cada uma das três seções (Depth 8, Depth 16 e Depth 24), vai a resolução que será usada para cada uma.

Na linha que começa com “Modes” vão as resoluções de tela. A primeira da lista (1024×768 no exemplo) é a default. As outras duas, 800×600 e 640×480 são usadas apenas se a primeira falhar (se a placa de vídeo ou monitor não a suportarem) ou se você alternar manualmente entre as resoluções, pressionando “Ctrl Alt +” ou “Ctrl Alt -” .

Sempre que você fizer alterações no arquivo e quiser testar a configuração, reinicie o X pressionando “Ctrl+Alt+Backspace”. Não é preciso reiniciar o micro.

Fonte: http://www.gdhpress.com.br/ferramentas/leia/index.php?p=cap2-7

Roney Médice

Analista de Sistema e Bacharel em DIreito

Químicos rebatem “fórmula” para enganar o bafômetro

Internautas e desafetos da chamada lei seca (nº 11.705) circulam uma fórmula para burlar o bafômetro. O único detalhe é que, apesar da forte divulgação, ela não possui qualquer embasamento científico. (leia o “passo-a-passo” de como empregá-la no fim do texto).

Uma corrente que circula por e-mails e fóruns afirma que, ao misturar coca-cola e gelo momentos antes de passar pelo teste do assopro, uma certa quantidade de hidrogênio seria liberada da ingestão, confundindo o sistema.

A dica já é, de longe, a mais elaborada e difundida promessa para passar alcoolizado pela polícia. Seja nas preocupadas mesas de bar, seja na busca do Google, quem fala em “enganar o bafômetro” acaba cruzando com a sugestão.

“Isso é realmente só um boato, não há qualquer embasamento químico. O gelo não libera hidrogênio!”, protesta o professor da USP Reinaldo Bazito.

“Os espertinhos que tentarem fazer isso vão inevitavelmente dormir na delegacia”, pondera o professor Renato Sanches Freire. Segundo ele, ” se gelo liberasse hidrogênio, estaríamos todos explodindo”.

“Não é possível formar hidrogênio nas condições descritas. Seria necessário usar corrente elétrica, isto é, realizar uma eletrólise, ou usar alta temperatura, da ordem de 800 ºC. Adicionando gelo à coca-cola, há apenas liberação de gás carbônico”, completa o professor Peter Wilhelm Tiedemann, também da USP.

Outras estratégias menos famosas encontradas na rede, como beber azeite ou ingerir carvão ativado, receberam o mesmo tratamento de especialistas. Foram desmentidas.

“Chegou na blitz, maior comandão”

A lei seca passou a considerar crime conduzir veículos com qualquer teor de álcool no organismo. A punição para quem não cumprir a lei é considerada gravíssima e prevê suspensão da carteira de habilitação por um ano, além de multa de R$ 955 e retenção do veículo.

A suspensão por um ano do direito de dirigir é feita a partir de 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro (ou 2 dg de álcool por litro de sangue). Acima de 0,3 mg/l de álcool no ar expelido (ou 6 dg por litro de sangue), a punição inclui também a detenção do motorista (de seis meses a três anos). O crime é afiançável –o valor pode chegar a R$ 1.200.

Para quem, ainda assim, quiser se aventurar na próxima blitz, leia abaixo a falsa receita antibafômetro:

“1) No final da balada, seja no bar ou em alguma festa, antes de sair (só antes de sair), peça ao garçom um copo descartável com coca-cola e bastante gelo.

2) Vá embora com o seu copo para o carro e vá dando umas goladas” de vez em quando.

3) Chegou na blitz, maior comandão. Pare o carro com calma, afinal você não está tão bêbado. Tome um gole bom de coca-cola, garantindo que as pedras de gelo menores fiquem em sua boca.

4) Se o policial pedir primeiro os documentos e coisa e tal, tome outro gole seguindo o procedimento 3.

5) Finalmente, o bafômetro. Sopre devagar e no mesmo ritmo. Mesmo que você tenha tomado um monte, mas se sente legal, o teste vai dar negativo ou abaixo dos 0,02 mg/l.

Isto acontece pelo fato do hidrogênio liberado pelo gelo anular a maior parte da associação do álcool no ar do seu pulmão. Esta dica é velha e foi descoberta por estudantes de química americanos que tiveram que enfrentar o mesmo tipo de punição nos anos 70 e 80. A coca-cola, para que serve? Poxa, você não vai querer ser parado com um copo de whisky com gelo. Então, bota qualquer refrigerante, menos água, pois demora mais para retirar o hidrogênio do gelo.”

Roney Médice

Analista de Sistemas e Bacharel em Direito

Espanhol preso por revelar e-mail de colega

Recentemente, eu li em um artigo de um site especializado em assuntos corporativos que o espanhol Antonio R. C. pagará caro por revelar e-mails íntimos de um ex-colega de trabalho: 26 meses de prisão, multa de 3 240 euros e 4 mil euros de indenização. A Justiça de Barcelona considerou que, independentemente do conteúdo das mensagens eletrônicas, R.C. violou a intimidade do ex-gerente da empresa Claudi B., “no momento em que acessou o correio eletrônico do prejudicado”, conforme cita a imprensa espanhola.

R.C. imprimiu cópias de mensagens de Claudi e as entregou para a cunhada deste, alegando que queria mostrar “que tipo de pessoa ele era, e o que fazia o cunhado nas horas de trabalho”. R.C. ainda ligou para o irmão do ex-gerente, para saber se ele havia lido os papéis que entregou para a cunhada. Outros colegas de trabalho receberam de R.C. cópias desses e-mails. Os fatos aconteceram entre outubro e dezembro de 2006.

O tribunal não revelou nem o motivo, nem a forma como R.C. teria extraído os e-mails no computador de Claudi B. O ex-gerente deixou a empresa , que acreditava ter apagado as mensagens pessoais da máquina que usava. O juiz considerou que apenas 2% das mensagens em questão no processo tinham algum teor íntimo. R.C. ainda pode recorrer da sentença.

O que me chama a atenção nesse episódio é que tenho visto com frequência, funcionário disponibilizar login e senha de acesso a caixa postal eletrônica para que o colega de trabalho possa responder ou receber e-mails, pois o funcionário vai chegar tarde ao trabalho ou simplesmente não vai aparecer por outros motivos.

O poder que um login e senha na mão traz para alguém, é incomparável com as conquências trágicas que essa atitude pode acarretar não só para os envolvidos, mas para a ampresa detentora das ferramentas de trabalho que são disponibilizadas para seus colaboradores. É uma pena que muitas empresas não visualizam o valor que uma informação possui, dentro do mundo corporativo. O valor só é percebido quando essa informação ocasionar algum prejuízo futuro, seja de caráter econômico ou social.

Portanto, toda informação corporativa deve ser tratada com importância e sigilo, pois senão, em breve, teremos não mais nas ruas o crime de extorsão mediante violência à pessoas, e sim, extorsão mediante sequestro de informações com direito a pagamento de resgate para ter de volta informações confidenciais e valiosas da empresa. Então, daqui para frente, dê mais atenção ao seu notebook, celular, pen drive e outros equipamentos que contenham informações de sua empresa. Eles podem ser as próximas “vítimas” dos criminosos.

Roney Médice

Analisa de Sistema e Bacharel em Direito