A busca pelo culpado de um projeto fracassado e o Dilema do Prisioneiro

O caminho contemporâneo para se colocar uma ideia em prática dentro de uma empresa é a criação de um projeto, cujo objetivo é levantar as atividades necessárias e relevantes para que um objetivo final seja alcançado. Esse processo desde a concepção da ideia e a entrega do produto final é realizado através de um planejamento estratégico que conhecemos como projeto.

Não é meu intuito fazer definições ou trazer conceitos do PMBOK (Project Management Body of Knowledge – que é um conjunto de práticas em gerência de projetos) e sim, debater uma visão gestora sobre a consequência de um projeto fracassado no que diz respeito a “apontar” um ou vários culpados, fazendo um paralelo com o dilema do prisioneiro.

As melhores práticas de gerenciamento de projeto são fundamentais para que o administrador da empresa ou o responsável pelo projeto consiga trilhar um caminho padrão em sua atividade mas que acima de tudo, as melhores práticas não vão ditar se o caminho a ser seguido é correto ou não. Apenas, vão ajudar a diminuir os problemas do dia a dia na execução do projeto e aumentar as chances de sucesso da execução do pleito.

Entretanto, sabemos que nem sempre os projetos criados dentro de uma empresa tem um final feliz ou pelo menos com um resultado esperado. Diversos fatores podem influenciar no desenvolvimento de um projeto e dependendo da equipe que estiver a frente dessa empreitada, pode não conseguir alterar o resultado negativo de um projeto.

Quanto temos um resultado negativo de um projeto, que ao final não atendeu as expectativas geradas na fase de planejamento ou por sua execução conter diversas falhas operacionais que inviabilizam a execução do projeto, é normal procurar os responsáveis pelo resultado negativo para que algumas soluções possam ser levantadas ou simplesmente para realizar as temidas “punições” aos responsáveis.

Claro que cada projeto deve está vinculado um Gerente de Projeto, que é o gestor líder do projeto em andamento e sem sombra de dúvida, eu diria que ele tem uma “responsabilidade objetiva” quanto ao resultado final. Todavia, podemos ter autores diretos que influenciaram para o fracasso de um projeto e não necessariamente o líder do projeto teria a culpa unilateralmente.

Por exemplo, em um projeto de desenvolvimento de sistema, pode ser que o gerente do projeto não saiba nada sobre programação e que confia na equipe de programadores para que o sistema final tenha sucesso em sua implementação e assim, o projeto tenha um sucesso esperado.

Contudo, ao final da programação e passada a fase de homologação, só foi detectado um problema gravíssimo de vulnerabilidade ou problema de integração entre alguns módulos a partir do momento que o sistema passou a ser utilizado pelo cliente final. A princípio, o projeto foi concluído com sucesso mas com a descoberta do problema, dependendo das circunstâncias, o sistema tem que ser abortado o seu uso para evitar prejuízos futuros. Isso que eu chamo de um projeto fracassado, quando inviabiliza o produto com a descoberta de um problema.

E nesse momento, quem é o culpado pelo fracasso desse projeto? O gestor do projeto que não conseguiu mensurar essa possibilidade de erro na integração entre os módulos? Os programadores que não testaram a contento conforme as melhores práticas de desenvolvimento de software? Os analistas de sistemas do projeto que não souberam realizar corretamente o diagrama de fluxo de dados? A quem culpar?

Essa busca pelo culpado eu faço uma comparação com o dilema do prisioneiro, um problema clássico da teoria dos jogos (em que cada jogador, de modo independentemente, quer aumentar ao máximo a sua própria vantagem sem lhe importar com o resultado do outro) e pode ser comparado em que dois suspeitos são presos por um crime mas não existe uma prova fundamental para que possa incriminar um deles. Com isso, é oferecido vantagens pessoais para cada um deles, de forma separado, e sem saber que a mesma vantagem está sendo oferecido ao outro, para que o mesmo atribua o crime ao outro e assim, conseguir o benefício com a exclusão da culpa.

Será que ao invés de cada um tentar colocar a culpa no outro, não é melhor realizar uma cooperação e achar uma melhor saída para evitar apontar determinados culpados e o prejuízo final ser ainda maior?

No primeiro momento, atribuir a culpa ao outro poderia trazer uma vantagem pessoal mas ainda acredito que se todos cooperassem, o resultado final seria melhor. Mas como no dilema do prisioneiro, que o ponto chave é incentivar individualmente que cada um delate o outro, mesmo prometido colaborar, existem diversos projetos fracassados que vivemos um dilema de prisioneiro nas equipes: ninguém quer aceitar para si o fracasso do projeto. Sempre há necessidade de se culpar o outro.

Até a próxima!

Segurança da Informação: Eu odeio a Segurança!!

O papel do especialista em segurança da informação é fazer, entre outras tarefas, com que as informações sigilosas e confidenciais sejam acessadas somente pelas pessoas autorizadas dentro de uma empresa. Para tanto, atingir esse objetivo pode demandar algumas atitudes que algumas pessoas não concordam ou acreditam que é muita preocupação para pouca coisa.

As informações possuem, dependendo do ramo de atividade da empresa dentro da economia, um valor considerável cujo o custo de se manter uma certa proteção tem o seu retorno garantido. O empresário não pode correr o risco no seu negócio, acreditando que todas as pessoas que tem algum tipo de contato com informações privilegiadas não sofrerão assédios financeiros para vender algum tipo de documento restrito da empresa.

A cada dia que passa, quadrilhas especializadas em furtar informações empresariais estão recrutando pessoas para obterem informações de concorrentes e assim, antecipar as decisões de investimento e lançamento de novos produtos no mercado.

Todavia, para evitar um acesso não autorizado, as empresas estão criando diversos controles que inibem ou pelo menos tentam amenizar as consequências de um vazamento de informação não autorizado, criando regras e controles de acesso à determinadas áreas dentro da empresa.

Entretanto, sabemos que a maioria das pessoas possuem um ódio às regras de restrição impostas dentro da empresa para realizar o controle de segurança da informação que, em muitos casos, interferem na nossa liberdade de ir e vir, ler, escrever e falar. Só de imaginar que os e-mails da empresa podem ser monitorados, deixam o funcionário sempre em alerta sobre o que anda lendo e escrevendo nas mensagens eletrônicas, geram um pouco de stress no trabalho.

Levando essa questão um pouco para o nosso dia a dia, realmente ninguém gosta de ficar carregando um molho de chaves da casa, do carro, do escritório, etc. Muito menos ter que ficar lembrando de centenas de senhas que precisamos decorar: senha do cartão do banco, cartão de crédito, e-mail, compras on-line e tantas outras.

Essa irritação já é percebida quando vamos, por exemplo, entrar em um prédio público e precisamos passar pelo procedimento de cadastro de visitantes. É um tempo enorme ali dispensado para informar o nome completo, RG, CPF, endereço, o andar que vai visitar, falar com quem e, para piorar a situação, tirar aquela bendita foto justamente no dia que você não fez a barba ou não cortou o cabelo. Nem vou citar as condições femininas que dependendo do caso, desistem de entrar no prédio e retornam em outro dia com uns ajustes na maquiagem.

Reclamamos constantemente do processo de verificação de segurança nas portas giratórias dos bancos, isso quando não somos “travados” pela porta e temos que demonstrar que não somos criminosos e nem portamos armas de fogo. E para que isso? É a tal Segurança da Informação.

Em todo o momento nos é pedido uma confirmação se nós somos nós mesmos. Incrível! Ao longo do dia, quantas vezes você tem que se identificar e provar que você é você?! Mas tudo tem o seu preço, afinal, é a segurança da informação.

Afinal, se não fosse assim, estaríamos vivendo em uma sociedade em que não teríamos identidade, seríamos mais um na contagem geral da população com acesso a tudo e a todos, ficando sem sentido a própria existência. Exagerado essa afirmação? Não sei, só sei que existe uma tal de Segurança da Informação e pela quantidade de vezes que tenho que me identificar que eu sou eu mesmo, as vezes fico me imaginando se eu também não…. odeio a segurança?!

Até a próxima!

Na era da tecnologia, alguém ainda está “desconectado” da modernidade?

Computadores, tablets, smartphones, notebooks… equipamentos que conhecemos e utilizamos em nosso dia a dia como ferramentas de trabalho ou lazer. A tecnologia nos proporciona algumas mobilidades que nem sonhávamos algumas décadas atrás. Uma das grandes revoluções que percebemos é a telefonia móvel, que a cada ano aumenta o números de pessoas aderindo aos aparelhos celulares. Algumas pessoas possuem mais de um aparelho celular.

A geração que nasceu da década de 90 para frente, tem mais facilidade em assimilar as tecnologias novas que surgem no mercado pois são jovens que já nasceram na era da internet, do computador, enfim, na era da tecnologia.

Entretanto, os pais desses jovens, uma geração dos anos 50, 60, viveram em um período sem essa tecnologia modernas dos tempos atuais. Não existia a internet para eles, nem computador era acessível no Brasil. Quanto mais a telefonia celular, coisa para filmes futurísticos para a época.

A tecnologia da época era retratada nas máquinas de escrever manual, aquelas que a cada “enter” a máquina pulava uma linha mas você, manualmente, tinha que puxar uma alavanca para a esquerda para trazer a parte de cima da máquina de escrever para o início da folha no lado esquerdo, e assim, começar a escrever na folha de papel.

Nessa época, usavam-se os velhos discos de vinil para escutar uma boa música em que a cada quebra da agulha da cabeça de leitura do aparelho de reprodução de disco de vinil era um sacrifício trocar e custava muito caro.

Contudo, hoje é muito difícil alguém ficar “desconectado” da tecnologia atual e não querer participar da modernidade tecnológica, acreditando que o que temos hoje é uma coisa supérflua e sem necessidade. Será?!

Creio que não deve ser tão simples assim. É certo que a tecnologia nos trouxe avanços no desenvolvimento na sociedade, simplificou determinas tarefas e agilizou algumas ações, diminuindo a distância entre as pessoas e lugares.

Entretanto, temos que levar em conta as pessoas de mais idade que não ligam para a tecnologia por achar muito difícil de operá-la. Elas conviveram décadas com luz de lampião, escutando rádio de pilha e vendo televisão preto e branco. Essa pessoas argumentam que o que tinha que ser aprendido já passou, não estão interessadas no novo, as vezes até tentam entender a tecnologia mas devido a tradição, basta uma primeira dificuldade com a tecnologia para que a barreira esteja posta.

Lembro de alguns momentos em que netos tentam ensinar aos seus avós a mexer em um mouse no computador. Fracasso total, os jovens de hoje não tem a paciência necessária para ensinar. E os mais velhos tem vergonha de querer aprender algo com a idade avançada.

Todavia, não podemos também deixar de comentar que o Brasil é um país em desenvolvimento. Muitos estão fora do contato da tecnologia por falta de oportunidade mesmo. Não possuem condições financeiras para comprar um computador, ter acesso a internet ou comprar um celular. Isso afasta naturalmente as pessoas da tecnologia e com isso, são potenciais cidadãos excluídos das oportunidades de emprego que exigem cada vez mais que as pessoas tenham conhecimento em informática.

Algumas pessoas escolhem esse afastamento da tecnologia por decisão pessoal, são aquelas que preferem ler um bom livro impresso a um livro digital. Querem falar com os amigos olhando nos olhos, dando um belo aperto de mão. Querem sentir o “calor” humano e não a frieza dos relacionamentos das máquinas com o homem.

Contudo, vamos ter pessoas altamente conectadas que nas primeiras horas do dia correm para o celular para ver as notícias, e-mails e SMS antes mesmo de tomar o seu café da manhã. E outras pessoas que acordam, fazem o seu bom e cotidiano café coado no filtro de algodão, escutando uma rádio AM no rádio de pilha.

Cada um escolhe a forma de de viver e como interagir com a modernidade. Se é bom ou ruim, não podemos julgar, apenas concordar.

E você, conhece alguém ainda “desconectado” da tecnologia?!

Até a próxima!

Twitter: um tweet tem poder para gerar uma Guerra Mundial?

Os tempos modernos nos trazem ferramentas e soluções tecnológicas que podem facilitar o nosso dia a dia, tornando mais prazeroso as atividades de pesquisa e no desenvolvimento de alguma ideia para se colocar em prática. Por exemplo, se você vai receber uma visita e não sabe como fazer um bolo, não tem problema, a internet te ajuda a encontrar a melhor receita.

Nessa onda de evolução e criação tecnológica, surgiram as redes sociais com o intuito de aproximar as pessoas e trocarem mensagens do cotidiano, tornando a internet mais amigável e proporcionando novas amizades no mundo virtual. É uma tendência que veio e que ficou, apesar de algumas redes sociais estarem diminuindo a presença de seus seguidores.

Logicamente que com o passar dos anos, a rede social pode ficar sem novidades e consequentemente, desmotiva o seu uso por parte dos seus usuários que estão cada vez mais exigentes e buscam sempre novidades, para continuar a usar o serviço virtual.

Vamos falar especificamente da rede social Twitter, que particularmente eu tenho usado para me manter informado e atualizado com as notícias do meu país e do Mundo. Pode parecer um inconveniente o limite de 140 caracteres imposto pela rede social para mandar uma mensagem (tweet) a todos os seus seguidores mas por outro lado, tem um certo sentido. Essa limitação nos faz enviar uma mensagem mais objetiva, com a ideia central do sentimento ou da informação em si, evitando textos longos e chatos que com certeza iriam desmotivar os seus seguidores a ler o post.

Entretanto, o que temos visto ultimamente, são consequências na vida real de determinados tweet enviados no Twitter. Um caso bem divulgado foi a da estudante de Direito em um escritório de advocacia que disparou uma mensagem falando que todo nordestino que mora em São Paulo deveria morrer. Tragédia total. Uma simples mensagem virtual ocasionou uma revolta real sem controle.

As consequências foram inevitáveis: a estudante perdeu o estágio, ganhou uma inimizade na internet e pior, foi processada pelo crime de racismo. Exagero isso ter acontecido com ela? Acredito que não pois o que estamos transmitindo pela internet nada mais é que o nosso próprio pensamento real. A internet, o computador e o twitter são meras ferramentas que utilizamos para externar o pensamento humano.

Outro caso com grande repercussão foi a de um funcionário de uma determinada empresa que acabou se dando mal também com a postagem de mensagens virtuais na internet. Torcedor fanático pelo seu time, vendo um determinado clássico dentro do estádio de futebol, ao final do jogo, mandou um tweet com palavras ofensivas a todos os torcedores do time adversário que acabou perdendo a partida. O detalhe é que a empresa que paga o salário do funcionário é a empresa patrocinadora do time adversário que perder a partida de futebol. Não restou outra alternativa a não ser a demissão do funcionário e a retratação pública da empresa se desculpando aos torcedores ofendidos.

Casos como esses são comuns em nossa sociedade que acaba utilizando as mídias sociais para expressar o sentimento do momento, sem pensar momentaneamente das possíveis consequências do seu comentário.

Um fato inusitado e quase provocou o início de uma guerra mundial aconteceu com um tweet enviado no japão, na cidade de Yokohama, que era uma mensagem que estava pronta para ser enviada somente no caso de um míssil fosse lançado entre os conflitos da Coreia do Norte e Coreia do Sul.

A cidade de Yokohama postou em seu perfil oficial da cidade que a Coreia do Norte havia iniciado uma ataque, disparando um míssil contra o Japão. Tudo não passou de um engano. O Tweet ficou no ar cerca de 20 minutos, tempo bastante para ser visualizado por mais de 42.000 seguidores do perfil. Logo em seguida ele foi removido e veio um pedido de desculpas. A justificativa era que o texto estava pronto para ser lançado o mais rápido possível, caso fosse necessário, e um imprevisto fez com que ele fosse postado antes da hora.

Contudo, fico imaginando o que passou na cabeça dos seguidores durante a permanência do post no ar nos longos 20 minutos sobre o ataque do míssil ao japão. Será que muitos replicaram aos seus próprios seguidores e instalou-se um caos na cidade ou somente fizeram o último pedido antes de “morrer”? Como, por exemplo, comer um sushi!

Até a próxima!